[RP Fechada] The Devil Within

Born a goddess and
forged warrior

A força que permeava o mundo, motivo pelo qual homens e mulheres davam suas vidas, abdicavam de suas famílias, destruíam seus amores, arruinavam suas próprias vidas. A Magia deveria ser usada para manter o equilíbrio, permitir que a vida continue com seu curso normal, evitando que abominações surgissem. Por tempos infindáveis escutei dia após dia que as bruxas eram as agentes da natureza, protetoras do equilíbrio e cada vez que eu escutava tais palavras era como se estacas fossem cravadas em meu peito. Como poderia haver um equilíbrio se eu havia nascido como uma aberração? Um ser dependente de sugar o poder alheio para que pudesse realizar minha própria magia. Eu era uma falha, um erro da ordem natural das coisas. Um parasita e sempre fui tratada como tal, como uma pária para os meus, uma vergonha para as demais bruxas. Por um longo tempo eu senti em meus lábios o gosto amargo do fel, senti em minha carne a dor de ser uma abominação. Muitos em meu lugar teriam enlouquecido, muitos em meu lugar teriam desistido. Mas não eu! E se era meu destino ser um monstro, eu o faria da melhor maneira possível.  

Como Herege, eu não tinha apenas a necessidade de me alimentar do sangue humano, eu tinha outras necessidades peculiares, mas a que eu mais me deleitava em saciar sem nenhuma sombra de dúvidas, era minha sede por poder. Por Magia. Eu não pouparia esforços para saciar meus desejos e nem me preocuparia com as consequências disso. Meu gêmeo dizia que minha sede seria minha ruína e talvez ele até estivesse certo, contudo, eu só descobriria se realmente perseguisse meus objetivos. Sim, eu estou contando uma história longa e que talvez você nem queira saber, mas antes de qualquer coisa, você, caro leitor, precisa entender o que me motivou a fazer o que eu estava prestes a fazer. Eu queria poder, para saciar minha sede e obviamente para esmagar todos aqueles que algum dia haviam me humilhado, me perseguido e tiraram meus sonhos. Pouco me importava o que os alheios pensassem sobre mim, ninguém, pensaria mais nada sobre mim quando eu finalmente tivesse poder para esmagar seus pensamentos. Talvez o único problema é que no processo eu tenha acabado com os últimos resquícios de humanidade que ainda poderia ter em mim.  

Mas nada se mostrou tão promissor quanto os tomos de Morgana e Amber Hoffmeister , um compilado de histórias sobre duas bruxas. Mas elas não eram bruxas qualquer, as irmãs haviam desafiado os ancestrais, o equilíbrio e tudo aquilo que acreditavam. Ambas eram mães dos primeiros seres de poder perturbador. As bruxas criaram os primeiros Originais. Eu havia conseguido os tomos após matar uma bruxa, preferiu morrer a me entregar os velhos pergaminhos. O que não fez tanta diferença no final, afinal, ela não tinha forças suficientes para me parar. Depois de ler com mais atenção, compreendi que não se tratavam de simples histórias, mas profecias e ensinamentos passados através de gerações, para que nada como aquilo acontecesse novamente. Um sorriso maldoso surgiu nos lábios quando tomei ciência do conteúdo daquele papel, era quase como se o destino tivesse me conduzido ao encontro de Morgana e Amber e foi quando surgiu a ideia mais absurda da minha mente. Me conectar com as bruxas ancestrais.  

Foram necessário feitiços complexos, demorados e difíceis até que eu finalmente consegui algum progresso. As bruxas estavam do Outro Lado e em um lugar muito difícil de se alcançar, quem havia as prendido lá realmente desejava que elas jamais se libertassem. Os sussurros de Morgana vieram com o vento, no começo eram palavras perdidas, cheias de dor e ressentimento, no mesmo instante me identifiquei com cada uma delas e Morgana foi além. Me fez viver em minha carne o que a atormentava, o castigo severo aplicado pelas Ancestrais. As mesmas Ancestrais que me viam como uma aberração por ser Siphoner. Elas eram perversas, rancorosas e incapaz de permitir que seu maldito equilíbrio fosse quebrado de alguma forma. Não foi uma escolha difícil para mim decidir de que lado eu ficaria. Com dificuldade consegui fazer um pequeno elo com Morgana, assim conseguia acessar a bruxa mais facilmente e aos poucos ela me dizia o que eu precisava fazer para ter o poder que eu tanto almejava. O preço para ter o que eu desejava, seria liberta-la, já havia chegado o tempo de ela ser livre novamente e eu não pouparia esforços para conseguir isso.  

Movida pelo meu desejo cheguei ao momento em que estamos, tendo a lua como testemunha de meus atos. O cemitério de Salém era um solo tão abençoado quanto profano, cheio de histórias terríveis das bruxas que haviam sido brutalmente assassinadas naquele lugar durante a Santa Inquisição que de santa não tinha nada. Era um tempo que ainda conseguia me recordar com facilidade, havia fugido para os lugares mais remotos da Terra para não ter o mesmo triste fim de muitas que estavam ali enterradas. As lápides contavam histórias tristes, em cada uma delas estava a registrado a forma como as pessoas havia sido executadas e a grade maioria haviam sido enforcadas. Mas eu sabia de histórias que não havia sido contadas nos livros e relatos, histórias que as pessoas preferiam esquecer para sempre. Porém, mais cedo ou mais tarde os fantasmas sempre voltavam para perturbar os vivos. Caminhei calmamente até a colina, onde não havia nada além de um solo arenoso e inóspito, naquele lugar vampiros e hereges haviam sido queimados em nome de Deus. Um Deus que eu particularmente não acredito que possa existir realmente. Meu tempo estava passando e precisava preparar meu ritual, já não era mais tempo de esperar, mas sim, tempo de agir. Não tardaria e eu faria todos meus inimigos se curvarem diante de mim.  

Post: 001 with: @"Morgana S. Hoffmeister"  in: Salém Cemitery

No matter how many lives that I live, I will never regret