[RP FECHADA] - New Orleans

Após longas horas de viagem dentro de um avião apertado e cheio de pessoas, desembarquei no aeroporto de Luisiana e aluguei um carro para chegar até o meu destino final, Nova Orleans. Em meus 326 anos de vida, tive tempo o suficiente para conhecer muitos lugares ao redor do mundo, vê-los mudar e se adaptarem ao progresso ao decorrer das décadas, mas desde sempre, o meu lugar favorito era Nova Orleans. Aquela pequena cidade era sem sombra de dúvidas o lugar mais aconchegante no mundo e mais divertido. As pessoas eram receptivas e amavam uma festa, e festa significava muita gente, que por sua vez significava “buffet à vontade”. Ao chegar no hotel que eu tinha feito reserva deixei uma mala pequena com algumas roupas sobre a cama e corri para tomar um bom banho, afinal, precisava me livrar daquele cheiro de avião e gasolina. Optei por um vestido preto, apertado e curto, a noite era de comemorações e o clima quente colaborava para que eu destacasse minhas melhores curvas, e eu não achava ruim.

Quando o fluxo de pessoas chegou até a rua do meu hotel, desci e me juntei a multidão. A música tocava alta e havia luzes e fantasias para todos os lados. — Ei, estão comemorando o que? - Perguntei ao um adolescente enquanto puxava seu braço, o menino me encarou e começou a balbuciar coisas desconexas e a tombar para os lados. — Ah, ótimo. Está bêbado. - Suspirei e arrastei o menino até uma viela mais afastada. O encostei na parede e olhei no fundo de seus olhos. — Você vai ficar bem quietinho aí, não vai se mexer, nem falar, nem gritar. Seja um bom garoto e incline a cabeça. - Eu estava faminta, não podia evitar. Não queria matá-lo, apenas sugar um pouco do plasma que mais tarde seria reposto. Afastei a gola da camiseta do menino e fiquei meus dentes afiados na pele bronzeada, sugando o sangue doce e quente. Não tinha nada melhor que sangue diretamente da fonte. Já tinha tentando me alimentar só de bolsas, ou animais, mas não era o mesmo e acabei não me adaptando. O meu negócio era humanos. Ao me sentir satisfeita, me afastei e limpei o resto que escorria dos dois buracos com a própria gola da camisa dele. — Você não vai lembrar de nada. - O menino desmaiou e eu o deixei no chão. Pelo menos ali ele não iria se embebedar mais. — De nada. - Sorri e me afastei, pronta para voltar a multidão, entretanto antes assim que fui pisar na rua, um corpo alto trombou com o meu.

Encarei o suposto homem que esbarrou em mim e permaneci em silêncio enquanto o ouvia falar. Minha vontade era de revirar os olhos devida tamanha ignorância para com minha pessoa. Eu não podia ser hipnotizada por dois motivos: 1) eu era vampira e 2) tomava pequenas doses de verbena. Tudo isso graças as dicas de minha criadora, Madison. Deixei com que ele terminasse de fazer todo o interrogatório e o encarei fixamente enquanto levava minha mão até o rosto bonitinho e acariciava. — Primeiramente, olá, estou bem também. E você, como vai? - Sorri de forma irônica. — Eu nem te conheço, então não devo satisfações nenhuma para você. - Minhas mãos desceram para o pescoço e acariciei a pele alva perto da jugular. — Mas, como você tem um rostinho muito lindinho, vou te responder. - Me afastei do homem e encostei meu corpo na parede de uma casa enquanto observava os foliões passarem pela rua festejando. — Por qual motivo qualquer pessoa vem para Nova Orleans? Festa, é óbvio. - Dei de ombros e voltei a me aproximar do homem, dessa vez pegando a gola de sua camisa e o puxando para mais perto. — Agora, você poderia ser educado e me apresentar a cidade, que tal? - Ele parecia ser gente boa, apesar da cara séria de desconfiança. Era fácil dizer que ele parecia ser uma pessoa que duvidava até da própria sombra, mas eu amava um perigo no fim das contas.