[RP Fechada] - The past is past

Estava totalmente entediado naquele dia, ficar em casa me deixava louco, ainda mais com meus irmãos me enchendo o saco durante toda a manhã, tarde e noite, todo santo dia. Fora ai que resolvi dar uma volta, e qual lugar seria melhor se não o cemitério? Era um dos meus lugares favoritos, lá eu sempre encontrava uma "carne fresca".

Estava caminhando atrás de alguma novidade nova, ou alguém, quando escutei barulhos, estava um pouco longe, porém não era problema, corri até o local, não era nenhuma novidade, cheio de túmulos, alguns eu até conhecia, velhos tempos.

- Quem está ai? - Olhei ao redor e não vi nada - Não vou te machucar, eu juro - Claro que aquilo não era verdade, mas o que era uma mentirinha não é? - Oi mocinha, tudo bem? - Apareci atrás dela com um sorriso largo no rosto - O que faz por aqui sozinha? Não acha perigoso não?

Ela parecia ser bem esperta, na verdade, me parecia um pouco familiar, porém eu não conseguia me lembrar da onde, nem como. Mas isso não importava no momento, quem sabe ela seria uma boa refeição, pois eu estava faminto.

- Por que estava se escondendo? Se preparando para atacar? Seria um pouco difícil, não acha? - Não pude conter o sorriso no momento.

Ela era um tanto quanto falante, deu para perceber no mesmo momento em que ela disse um oi e, ela não seria meu lanche.

- Se está com fome e se vê um humano, você come, não se esconde - Talvez aquilo tivesse escapado da minha boca, era meio errado ensinar essas coisas para uma criança, ou não era? Sei lá, eu odiava crianças e não era bom com elas. Acompanhei ela até o túmulo e foi ali que algo "refrescou" minha mente, eu sabia que a conhecia, eu tinha mais certeza ainda agora, vendo o sobrenome dos pais dela e lembrando daquele incêndio, qual eu meio que a salvei, por que? Piedade? Não sei e com certeza não.

- Fugir do abrigo, mesmo que seja para comer ou para ver seus pais, não é nada esperto - Da onde veio aquelas falas eu não sei, aquilo não me importava, eu não me importava, ela era uma ninguém, ou era para ser.

- Bom, alguns tem, você pode ter, é nova para não ter.. Ver seus pais, serem queimados, não deve ter sido nada fácil, mas pensa, você pode ser adotada por alguém, só não os mate - Sorri tentando distrair um pouco, ou sei lá - Não pode ser tão ruim ser adotada por humanos, só não se apegar muito e nem os matar - Ficar puxando assunto com uma menininha, não era minha praia nem de meu costume, porém era o que tinha para o momento, ficar em casa estava insuportável, o cemitério não me trouxe comida, então era isso, era apenas uma noite mesmo.

Eu sabia que era eu que havia a ajudado ela no incêndio, mas não iria me gabar, não fiz por nenhuma piedade então eu ficaria bem quieto, melhor não relembrar desse passado.

- Bom, acho que teria que esconder deles que é vampira, não é algo que eles estão acostumados a ouvir, são só humanos - Claro que minhas ideias eram estranhas, o que eu poderia dizer? Vá em frente? Fala para todos eles quem você é.

- Bom, não sei o que te dizer, nunca tive problemas parecidos, seria um pouco estranho mesmo, ter pais humanos - Observei os paços dela, ela estava triste, mas o que eu poderia fazer? "Alek, cai fora, deixa essa pirralha ai" pensava comigo mesmo todos os instantes antes de ouvir algum barulho um pouco longe - Espere aqui, já venho - Disse enquanto me levantava e corria até a área que com certeza tinha alguém.

Ótimo, ali nossa janta, uma mulher, acho que devia ter seus vinte e seis anos, mas era como eu dizia, o cemitério era perigoso, ainda mais a noite. - Boa noite, calma, não vou te machucar - Sorri me aproximando dela - Agora, não grite e me de seu braço - Fora ai que a mordi e dentro de uma daquelas casinhas peguei um negócio, algo parecido com um copo, sabe-se lá para que usavam. - Muito bem - Sorri enchendo o frasco e então mordi seu pescoço em seguida, até porque eu sentia fome também - Vai embora, você não vai se lembrar de nada - Eu não ligava para muitos detalhes, pouco me importava eles lembrarem de algo bom depois de dois minutos.

Corri novamente até a menina - Consegui - Sorri entregando o frasco para ela - Acho que é o suficiente para matar um pouco a fome - Sorri de leve e respirei fundo. - Acho que você pode passar essa noite lá em casa, se quiser, não sou nenhum doido e está meio tarde pra voltar pro abrigo - Eu era sim um doido, mas não naquele sentido, mas posso disfarçar por uma noite, digo, me conter nas minhas brincadeiras.

Alguma coisa nela me chamava atenção, ela era diferente de todas as crianças que eu já mordi ou já conversei, as conversas sempre acabavam mal, mas com ela não. A sinceridade, o jeito "não to nem ai" me atraiam bastante na garota, quem sabe ela podia ser meu novo projeto.

- Um pouco irritada, não? - Brinquei querendo provoca-la, realmente eu a mordi, mas fui gentil em cura-la também, ela tinha que reconhecer esta parte - Bom, pelo menos não te deixei morrendo, pois é o meu costume - Eu nunca liguei se matava adultos, crianças ou sei lá o que, pra mim todos eram iguais, crianças ainda estou ajudando, elas não vão ter tempo de cometer pecados pelo menos.

- Ok apressadinha, vamos lá - Pela manhã eu já devolveria ela para ser lugar de origem, mas por enquanto eu podia tirar uma onda com o momento, sei que todo mundo iria estranhar em me ver chegando com uma criança em casa, mas eu poderia ensinar altos truques para ela, a tornar melhor no caso.

- Vamos ver se você consegue me acompanhar? Só não se perca - Ri e comecei a correr, até que o momento foi divertido, para quem passou décadas sem rir com sinceridade - Está muito atrás - Gritei em meio as árvores, a casa não ficava longe, não pelo meio de todo aquele mato, eu sabia os caminhos mais práticos.

Deixei que ela passasse na frente por alguns segundos, mas logo a ultrapassei novamente e em seguida chegamos ao campo - Chegamos - Parei olhando para trás esperando ela se aproximar - Bem vinda a minha humilde residência, querida. Não ligue para os meus irmãos e sinta-se em casa - Sorri caminhando em direção ao castelo e em seguida abri a porta para que ela entrasse - Só não vá para o subsolo, de resto faça o que quiser - Lá era extremamente proibido, não queria que ela visse a prisão, por mais que eu deixasse a mesma protegida por magia, pois lá era a adega e Madison amava aquele lugar, não deixava nem meus irmãos terem o conhecimento das celas, quem dirá uma criança que acabei de conhecer. - Tem comida na geladeira.