[RP FECHADA] - Reencontros e reconciliações

— Me dê as chaves do seu carro e em seguida pula daquela ponte ali. - Falei séria, olhando no fundo dos olhos castanhos de um cara na qual tinha acabado de me alimentar. O homem entregou as chaves na minha mão e depois virou de costas, fazendo exatamente o que eu mandei. Meus lábios se abriram em um sorriso grande de deleite. Eu gostava do poder que eu tinha sobre os meros mortais e até mesmo outros vampiros, me sentia poderosa. E eu era. Provavelmente a criatura mais poderosa da face da terra, se não fosse pelo meu irmão bastardo. — Vou resolver isso também. - Disse para o nada, entrando no carro e ligando a ignição. Meu destino era Salem, minha terra natal, lugar onde eu tinha nascido, sido transformada, torturada, sofrido e por fim fugido. Eu jurei nunca mais voltar, mas olha só para mim agora, comendo no prato que eu cuspi. Me odiava por isso, não se enganem.

[...] Estacionei o carro em uma calçada qualquer e no mesmo instante um cheiro forte de carro molhado subiu para minhas narinas. Meu rosto se contorceu em feições de nojo e eu fui obrigada a prender a respiração. — Lobos. - Disse enojada. Talvez pudesse me divertir um pouco com eles antes de tentar matar minha família. Segui o cheiro até a entrada do cemitério e vi uma mulher alta de cabelos ondulados escuros entrando em um jazigo. Meus olhos se arregalaram e não evitei sorrir, surpresa com quem estava vendo. Desirée tinha me ajudado muito em uma época sombria da minha vida, devia muito a ela e por ironia, era a única loba que eu gostava e me recusava a matar. Segui a mulher até a porta do jazigo que pertencia a sua família e então ela me notou. — Digo o mesmo para você. - Encostei as mãos na lateral da porta e a fitei. — O que mais seria? Família, como sempre. Mas e você? - Perguntei, mesmo sabendo a resposta. Desirée me deixou entrar e eu corri para seus braços, a apertando nos meus. — Senti sua falta… Desculpa!! - Me afastei da loba e sorri como se o cheiro dela não me incomodasse. Sabia que ela gostava que o cheiro dela incomodasse vampiros, ela os odiava e eu não tirava sua razão. Mas, ela conhecia minha história. No fim, nós duas não tivemos opção. — Soube que virou alfa da matilha, parabéns! Não vejo ninguém mais qualificado para isso que você. Você sempre foi diferente deles, mais astuta e corajosa, mas cuidado. Eles estão por aqui. - Disse, referindo-me a minha desprezível família. — Mas vou me livrar deles. - Pisquei um dos olhos e rimos. — Ah, o de sempre. Intrigas, mortos revivendo, magia negra, pessoas tentando nos matar. Mais um dia comum na minha vida. - Olhei no fundo dos olhos verdes e por alguns segundos desejei ser “mortal” como ela.